Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP)
1- Deve-se primeiro certificar a segurança do local para preservar sua integridade física. Isso inclui disponibilizar um ambiente propício para o atendimento em RCP daquela pessoa (afastar curiosos e pedir que mantenham um espaço para não piorarem a situação).
2- Checar responsividade do paciente através de dois toques firmes em seu ombro emitindo um chamado "senhor, o senhor me escuta. Senhor?"
3- Palpar pulso carotídeo para identificar presença de pulso
4- Designar ajuda (em casos onde não se está sozinho) dando ordens firmes para que uma pessoa chame uma ambulância (de preferência com DEA) e que outra pessoa busque um DEA em um lugar mais próximo.
A partir desse momento se começa o procedimento de RCP que consiste de 100 a 120/min por dois minutos. Deve-se realizar a abertura das vias aéreas compressões firmes (em torno de 5 a 6 cm para adulto) sobre o osso manúbrio sendo que a mesma deve ter um retorno efetivo da pressão para possibilitar que o coração possa retornar o sangue ao mesmo. Caso haja a disponibilidade de um AMBU (equipamento para fazer a ventilação do paciente), deve-se utilizar da seguinte forma:
30 compressões torácicas, abertura das vias aéreas que deve acontecer com uma leve extensão do pescoço do paciente junto a 2 ventilações (até chegar na metade do que se consegue pressionar a bomba de ventilação - Aperta levante até metade e retorna seguido novamente do mesmo procedimento). Se houver 2 pessoas esse ciclo pode ser efetuado com a ajuda do mesmo, um controlando as 2 ventilações enquanto o outro faz as 30 compressões. Ao final de 5 ciclos as pessoas devem trocar rapidamente de local assumindo a função do outro para evitar desgaste. Caso chegue o DEA as pás devem ser posicionadas, o desfibrilador ligado e plugado e deve liga-lo para que ele avalie a condição do paciente. Quando a cardioversão é necessária o aparelho avisará. Todos devem se afastar e o responsável pelo DEA, se certificando que não está em contato com o paciente ou superfície sob o qual ele foi posicionado, deve disparar o choque e retornar novamente a RCP.
Para crianças pode ser feita compressões com apenas 1 das mão para evitar danos ao corpo.
No lactente pode se utilizar a compressão com dois dedos sendo que a manobra deve ser efetuada entre 15 compressões para 2 ventilações (sutis e periodizadas para não lesar o pulmão).
Ritmos de paradas (chocáveis)
Taquicardia ventricular sem pulso
Fibrilação atrial
Não chocáveis
AESP e Assistolia
Em casos de ritmos não chocáveis deve se utilizar a RCP e aguardar o apoio médico de emergência que assumirá com possível administração de drogas de resgate ou vaso-ativas.
Manobras para engasgo
Determinar se há obstrução grave das vias respiratórias:
Procurar sinais como incapacidade de falar, tossir ou respirar adequadamente.
Ver se a pessoa posiciona as mãos apertando a garganta, que é o sinal de socorro universal de obstrução grave das vias respiratórias.
Pergunte: “Você está sufocando?”
Se a pessoa consegue falar e respirar, incentivá-la a tossir, mas não inicie as manobras de desobstrução das vias respiratórias; em vez disso, providenciar avaliação médica.
Se a pessoa em asfixia acenar sim com a cabeça e não conseguir falar, tossir ou respirar adequadamente, isso sugere obstrução grave das vias respiratórias e a necessidade de manobras de desobstrução.
Tratar o adulto ou a criança consciente em asfixia
Permanecer diretamente atrás do adulto ou ajoelhar-se atrás da criança em asfixia.
Começar com compressões abdominais em pessoas que não são gestantes nem obesas; fazer compressões torácicas em pacientes obesos e mulheres no final da gestação.
Alternar entre séries de compressões abdominais (manobra de Heimlich), compressões torácicas e percussão nas costas conforme necessário para aliviar a obstrução.
Continuar até a obstrução ser resolvida ou ser possível obter uma via respiratória avançada. Se a pessoa perder a consciência, iniciar a reanimação cardiopulmonar (RCP). Após cada série de compressões torácicas, analisar a parte interna da boca do paciente antes de administrar respirações de resgate e remover qualquer obstrução visível que possa ser alcançada. Não fazer tentar a desobstrução digital às cegas.
Trações abdominais (manobra de Heimlich):
Circundar a cintura do paciente com os braços.
Cerrar um dos punhos e colocá-lo entre o umbigo e o apêndice xifoide.
Segurar o punho com a outra mão (ver figura Trações com o paciente em pé ou sentado).
Aplicar uma compressão firme para dentro e para cima puxando com ambos os membros superiores bem para trás e para cima.
Repetir rapidamente a compressão 6 a 10 vezes conforme necessário.
Trações abdominais com a vítima de pé ou sentada (consciente)
Trações torácicas
Circundar a cintura do paciente com os braços.
Cerrar um dos punhos e colocá-lo sobre a metade inferior do esterno.
Segurar o punho com a outra mão.
Aplicar pressão firme para dentro puxando os dois braços para trás.
Repetir rapidamente a compressão 6 a 10 vezes, conforme necessário.
Pancadas no dorso
Envolver um braço ao redor da cintura para apoiar a parte superior do corpo do paciente; crianças pequenas podem ser colocadas com as pernas cruzadas.
Inclinar a pessoa para a frente na cintura, cerca de 90 graus se possível.
Usando a base da outra mão, fazer rapidamente 5 percussões firmes entre as escápulas do indivíduo.
Crianças e bebes
Coloque o bebê de bruços em cima do seu braço e faça cinco compressões (tapinhas)
entre as escápulas (no meio das costas). Vire o bebê de barriga para cima em seu braço e efetue mais cinco compressões sobre o esterno (osso que divide o peito ao meio), na altura dos mamilos. Tente visualizar o corpo estranho e retirá-lo da boca delicadamente. Se não conseguir, repita as compressões até a chegada de um serviço de emergência (ou pronto socorro se for o caso).
https://www.hospitalpaulista.com.br/criancas-em-casa-engasgo-e-introducao-de-objetos-no-nariz-ou-ouvido-pode-ser-perigoso/
Questões Aplicativas:
1- Qual a definição de DPOC e hábitos associados que predispõe ao seu desenvolvimento
A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é caracterizada por enfisema pulmonar e bronquite crônica e está presente em cerca de 10,1% da população¹ e aproximadamente 15,8% dos adultos com mais de 40 anos de idade da cidade de São Paulo².
A doença é mais comum em pessoas com mais de 50 anos de idade e está associada, principalmente, à exposição ao fumo, poluição, poeira e produtos químicos.
“A prematuridade e a baixa função pulmonar no início da vida adulta também são fatores de risco para DPOC. Assim, temos que prevenir a doença evitando as exposições intraútero, na infância e adolescência”, orienta a pneumologista dra. Marli Knorst, coordenadora da Comissão Científica de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Os sintomas mais comuns da DPOC são dispneia (falta de ar), tosse crônica e produção de muco (expectoração). Se tiver algum desses sintomas, é recomendado procurar um pneumologista e fazer o exame de espirometria para confirmar o diagnóstico, especialmente se for fumante ou ex-fumante. A doença é progressiva e pode ser incapacitante, levando à falta de ar e cansaço ao realizar atividades simples do dia a dia.
“Uma das medidas mais importantes é cessar a exposição que está causando a DPOC. Na maioria dos casos é o tabagismo. Se parar de fumar, o portador de DPOC vai viver mais tempo. Também é importante tomar as vacinas recomendadas para quem tem DPOC, como a vacina da Influenza (gripe), contra pneumococo (pneumonia), contra COVID-19 e, recentemente, está sendo recomendada a vacina contra coqueluche (DTP)”, explica a dra. Marli.
A doença não tem cura, mas pode ser controlada. O tratamento prescrito pelo médico geralmente prevê o uso de um dispositivo inalatório (spray, equipamento de névoa ou pó seco). É muito importante utilizar a técnica adequada para cada dispositivo para garantir um melhor aproveitamento da medicação.
Além de manter o tratamento com o broncodilatador prescrito, os pacientes com DPOC devem participar de programas de reabilitação com fisioterapia respiratória e praticar atividade física para melhorar a qualidade de vida.
Em setembro de 2021, a DPOC causou 5.010 internações nos hospitais do SUS (DATASUS), em todo o Brasil. Por isso, é importante conscientizar a população e capacitar as equipes da atenção básica de saúde, a fim de evitar exacerbações pela doença (piora da tosse, expectoração ou falta de ar). Essas crises podem acelerar o declínio da função pulmonar e estão associadas com aumento de mortalidade.
Atualmente, a DPOC é quarta causa de óbitos, globalmente. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 90% dessas mortes acontecem em países de renda média a baixa, porque as estratégias de prevenção não são eficazes e os tratamentos não estão disponíveis ou não são acessíveis para todos.
A deficiência de alfa 1-antitripsina é um distúrbio hereditário no qual a falta ou baixo nível da enzima alfa 1-antitripsina danifica os pulmões e o fígado.
Acesso em 13/11/23 – https://sbpt.org.br/portal/t/enfisema-pulmonar/
2- Enfisema pulmonar: Quadro clínico e fatores de riscos associados a ela
O enfisema pulmonar faz parte do grupo das Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC). Nesta patologia ocorre um comprometimento no processo de hematose, resultando na obstrução das paredes alveolares. Essa obstrução faz com que a superfície do alvéolo que está em contato direto com os capilares pulmonares diminua gradativamente, comprometendo a troca gasosa e ocasionando uma hipoxemia (HINKLE; CHEEVER, 2014).
Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) evidenciaram que o consumo de tabaco é responsável por inúmeras patologias pulmonares, incluindo as DPOCs (INCA, 2020). De acordo com estudos da Organização Mundial da Saúde, até o ano de 2030 prevê-se que as DPOCs serão a terceira causa de óbitos no mundo em razão do crescente consumo de tabaco (BRANDÃO, 2014).
Existem pelo menos quatro principais causas que podem contribuir para o desenvolvimento do enfisema, ocorrendo de forma isolada ou conjunta, e são elas: a hipoplasia, atrofia, hiperdistensão e destruição parcial ou total da parede alveolar (HOCHHEGGER, 2010).
A patologia pode ser classificada em: enfisema centrolobular, panlobular e parasseptal. O primeiro, que é mais encontrado em fumantes, é definido pelo prejuízo dos bronquíolos respiratórios e diminuição dos alvéolos distais, acometendo principalmente a parte superior do pulmão e acarretando em prejuízos na ventilação. O subtipo panlobular acarreta em uma destruição do alvéolo, sendo encontrado principalmente nos lobos inferiores. Já o enfisema parasseptal afeta em torno do septo e da pleura e danifica o ácino pulmonar distal (ISSOBE, 2012 apud KEMP; POLKEY; SHAH, 2009).
Pacientes com enfisema em graus iniciais não apresentam sintomas. Os sintomas costumam se manifestar quando um terço do parênquima pulmonar já está lesado (ISSOBE, 2012 apud KUMAR; ABBAS; FAUSTO, 2005). Os sintomas são caracterizados por dispneia persistente, presente tanto durante atividades quanto no repouso, tosse crônica e expectoração crônica (BRASIL, 2010).
Em virtude da cronicidade da doença, o tratamento é considerado paliativo, pois a terapêutica consiste em evitar o desenvolvimento progressivo e agravamento de sintomas. No tratamento farmacológico, utiliza-se broncodilatadores associados a oxigenoterapia de longa duração, visando melhorar a qualidade respiratória. As principais formas de tratamento sem a utilização de medicamentos é a cessação do tabagismo, alimentação saudável, reabilitação da respiração pulmonar, ventilação mecânica ou até mesmo intervenção cirúrgica (LOURENÇO; SOUSA; BARROS, 2017).
De acordo com a OMS as doenças relacionadas ao tabaco são as principais patologias evitáveis no mundo, sendo que 85% dos óbitos por DPOC são provocados pelo tabagismo. No Brasil as doenças referentes ao consumo do tabaco ocasionam cerca de 31.120 mortes por DPOC anualmente (INCA, 2020). Dessa forma, o tabagismo tem total relação com a patologia, sendo considerado um possível a gente que desencadeia a doença (SILVA et al., 2008).
Acesso em 13/11/2023 – https://www.saocamilo-es.br/midias/documentos/submissoes/bc58d0c04faa1cda82e02c748d4912fab61aa56a.pdf
3- Conceito de depressão e tristeza: quadro clínicos e fatores de risco envolvidos
É um problema médico grave e altamente prevalente na população em geral. De acordo com estudo epidemiológico a prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil está em torno de 15,5%. Segundo a OMS, a prevalência de depressão na rede de atenção primária de saúde é 10,4%, isoladamente ou associada a um transtorno físico.
De acordo com a OMS, a depressão situa-se em 4º lugar entre as principais causas de ônus, respondendo por 4,4% dos ônus acarretados por todas as doenças durante a vida. Ocupa 1º lugar quando considerado o tempo vivido com incapacitação ao longo da vida (11,9%). A época comum do aparecimento é o final da 3ª década da vida, mas pode começar em qualquer idade.
Estudos mostram prevalência ao longo da vida em até 20% nas mulheres e 12% para os homens.
FATORES DE RISCO
Histórico familiar;
Transtornos psiquiátricos correlatos;
Estresse crônico;
Ansiedade crônica;
Disfunções hormonais;
Dependência de álcool e drogas ilícitas;
Traumas psicológicos;
Doenças cardiovasculares, endocrinológicas, neurológicas, neoplasias entre outras;
Conflitos conjugais;
Mudança brusca de condições financeiras e desemprego.
CAUSAS
Genética: estudos com famílias, gêmeos e adotados indicam a existência de um componente genético. Estima-se que esse componente represente 40% da suscetibilidade para desenvolver depressão;
Bioquímica cerebral: há evidencias de deficiência de substancias cerebrais, chamadas neurotransmissores. São eles Noradrenalina, Serotonina e Dopamina que estão envolvidos na regulação da atividade motora, do apetite, do sono e do humor;
Eventos vitais: eventos estressantes podem desencadear episódios depressivos naqueles que tem uma predisposição genética a desenvolver a doença.
SINTOMAS
Humor depressivo: sensação de tristeza, autodesvalorização e sentimento de culpa. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir prazer ou alegria. Tudo parece vazio, o mundo é visto sem cores, sem matizes de alegria. Muitos se mostram mais apáticos do que tristes, referindo “sentimento de falta de sentimento”. Julgam-se um peso para os familiares e amigos, invocam a morte como forma de alívio para si e familiares. Fazem avaliação negativa acerca de si mesmo, do mundo e do futuro Percebem as dificuldades como intransponíveis, tendo o desejo de por fim a um estado penoso. Os pensamentos suicidas variam desde o desejo de estar morto até planos detalhados de se matar. Esses pensamentos devem ser sistematicamente investigados;
Retardo motor, falta de energia, preguiça ou cansaço excessivo, lentificação do pensamento, falta de concentração, queixas de falta de memória, de vontade e de iniciativa;
Insônia ou sonolência: A insônia geralmente é intermediária ou terminal. A sonolência está mais associada à depressão chamada Atípica;
Apetite: geralmente diminuído, podendo ocorrer em algumas formas de depressão aumento do apetite, com maior interesse por carbohidratos e doces;
Redução do interesse sexual;
Dores e sintomas físicos difusos como mal estar, cansaço, queixas digestivas, dor no peito, taquicardia, sudorese.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da depressão é clínico, feito pelo médico após coleta completa da história do paciente e realização de um exame do estado mental. Não existe exames laboratoriais específicos para diagnosticar depressão.
Subtipos de Depressão:
Distimia: É um quadro mais leve e crônico. As alterações estão presentes na maior parte do dia, todos os dias, por, no mínimo, dois anos. Podem ocorrer oscilações, mas prevalecem às queixas de cansaço e desânimo durante a maior parte do tempo. Geralmente, se mostram como pessoas excessivamente preocupadas, que apresentam um sentimento persistente de preocupação. As alterações de apetite, libido e psicomotoras não são frequentes, é mais comum sintomas como letargia e falta de prazer pelas coisas que antes eram prazerosas. Na maioria dos casos, se inicia na adolescência ou no princípio da idade adulta;
Depressão endógena: Caracteriza-se pela predominância de sintomas como perda de interesse ou prazer em atividades normalmente agradáveis, piora pela manhã, falta de reatividade do humor, lentidão psicomotora, queixas de esquecimento, perda de apetite importante e perda de peso, muita desanimo e tristeza;
Depressão Atípica: Apresenta uma inversão dos sintomas: aumento de apetite e/ou ganho de peso, dificuldade para conciliar o sono ou sonolência, sensação de corpo pesado, sensibilidade exagerada à rejeição, responde de forma negativa aos estímulos ambientais;
Depressão sazonal: Caracteriza-se pelo início no outono/inverno e pela remissão na primavera, sendo incomum no verão. A prevalência é maior entre jovens que vivem em maiores latitudes. Os sintomas mais comuns são: apatia, diminuição da atividade, isolamento social, diminuição da libido, sonolência, aumento do apetite, “fissura” por carbohidratos e ganho de peso. Para diagnóstico esses episódios devem se repetir por dois anos consecutivamente, sem quaisquer episódios não sazonais durante esse período;
Depressão psicótica: É um quadro grave, caracterizado pela presença de delírios e alucinações. Os delírios são representados por ideias de pecado, doença incurável, pobreza e desastres iminentes. Pode apresentar alucinações auditivas;
Depressão secundária: Caracterizada por síndromes depressivas associadas ou causadas por doenças medico-sistêmicas e/ou por medicamentos;
Depressão Bipolar: A maioria dos pacientes bipolares inicia a doença com um episódio depressivo, enquanto mais precoce o início, maior a chance de que o indivíduo seja bipolar. História familiar de bipolaridade, de depressão maior, de abuso de substâncias, transtorno de ansiedade, são indícios de evolução bipolar.
Acesso em 13/11/23 – https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/d/depressao
A depressão é um transtorno comum em todo o mundo: estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram com ele. A condição é diferente das flutuações usuais de humor e das respostas emocionais de curta duração aos desafios da vida cotidiana. Especialmente quando de longa duração e com intensidade moderada ou grave, a depressão pode se tornar uma crítica condição de saúde. Ela pode causar à pessoa afetada um grande sofrimento e disfunção no trabalho, na escola ou no meio familiar. Na pior das hipóteses, a depressão pode levar ao suicídio. Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano - sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.
Tipos de sintomas
Um episódio depressivo pode ser categorizado como leve, moderado ou grave, a depender da intensidade dos sintomas. Um indivíduo com um episódio depressivo leve terá alguma dificuldade em continuar um trabalho simples e atividades sociais, mas sem grande prejuízo ao funcionamento global. Durante um episódio depressivo grave, é improvável que a pessoa afetada possa continuar com atividades sociais, de trabalho ou domésticas.
Uma distinção fundamental também é feita entre depressão em pessoas que têm ou não um histórico de episódios de mania. Ambos os tipos de depressão podem ser crônicos (isto é, acontecem durante um período prolongado de tempo), com recaídas, especialmente se não forem tratados.
Transtorno depressivo recorrente: esse distúrbio envolve repetidos episódios depressivos. Durante esses episódios, a pessoa experimenta um humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida, levando a uma diminuição das atividades em geral por pelo menos duas semanas. Muitas pessoas com depressão também sofrem com sintomas como ansiedade, distúrbios do sono e de apetite e podem ter sentimentos de culpa ou baixa autoestima, falta de concentração e até mesmo aqueles que são clinicamente inexplicáveis.
Transtorno afetivo bipolar: esse tipo de depressão consiste tipicamente na alternância entre episódios de mania e de depressão, separados por períodos de humor normal. Episódios de mania envolvem humor exaltado ou irritado, excesso de atividades, pressão de fala, autoestima inflada e uma menor necessidade de sono, bem como a aceleração do pensamento.
Fatores que contribuem e prevenção
A depressão é resultado de uma complexa interação de fatores sociais, psicológicos e biológicos. Pessoas que passaram por eventos adversos durante a vida (desemprego, luto, trauma psicológico) são mais propensas a desenvolver depressão. A depressão pode, por sua vez, levar a mais estresse e disfunção e piorar a situação de vida da pessoa afetada e o transtorno em si.
Há relação entre a depressão e a saúde física; doenças cardiovasculares, por exemplo, podem levar à depressão e vice e versa.
Diagnóstico e tratamento
Existem tratamentos eficazes para depressão moderada e grave. Profissionais de saúde podem oferecer tratamentos psicológicos, como ativação comportamental, terapia cognitivo-comportamental e psicoterapia interpessoal ou medicamentos antidepressivos. Os provedores de saúde devem ter em mente a possibilidade de efeitos adversos associados aos antidepressivos, a possibilidade de oferecer um outro tipo de intervenção (por disponibilidade de conhecimentos técnicos ou do tratamento em questão) e preferências individuais. Entre os diferentes tratamentos psicológicos a serem considerados estão os individuais ou em grupo, realizados por profissionais ou terapeutas leigos supervisionados.
Os tratamentos psicossociais também são efetivos para depressão leve. Os antidepressivos podem ser eficazes no caso de depressão moderada-grave, mas não são a primeira linha de tratamento para os casos mais brandos. Esses medicamentos não devem ser usados para tratar depressão em crianças e não são, também, a primeira linha de tratamento para adolescentes. É preciso utilizá-los com cautela.
Acesso em 13/11/2023: OPAS – https://www.paho.org/pt/topicos/depressao
4- Há diferença entra depressão e tristeza?
A depressão se relaciona a uma situação de adoecimento comum e grave que atinge milhares de pessoas no mundo, ela afeta negativamente nos pensamentos, sentimentos e ação das pessoas.
O indivíduo sente uma tristeza profunda e acaba não tendo vontade de realizar atividades que antes lhe dava prazer
A depressão acontece com elevada proporção na população idosa devendo ser diagnosticada e abordada com tratamento adequado para cada pessoa.
Já a tristeza se relaciona como um sentimento e experiências que a pessoa possui dificuldade de superar, podendo ser a perda de um emprego, o término de um relacionamento e até a morte de um ente querido.
Essas situações podem ocasionar luto e tristeza profunda.
O processo do luto pode existir e é percebido de maneira individualizada para cada pessoa, mas ficar triste não é o mesmo que possuir a depressão.
Como vimos a depressão não é o mesmo que tristeza
Depressão é uma doença que pode paralisar a vida das pessoas, os idosos são afetados pois muitos anos atrás a saúde mental não era vista como uma parte do bem estar da pessoa.
Acesso em 13/11/23: https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/703445/2/Você%20sabe%20a%20diferença%20entre%20tristeza%20e%20depressão_22.06.22.pdf
Tristeza e depressão são iguais? Não. Tristeza é um sentimento, afeto. A tristeza diante de uma perda significativa – que tanto pode ser de alguém amado quanto de natureza ideal – pode sinalizar que estamos em trabalho de luto. O luto é saudável, normal e permite que possamos, ao final do mesmo, realizar novos investimentos e projetos de vida. Em nossa época há pouca tolerância à dor do próximo, bem como poucas balizas para o trabalho de luto. Há cada vez menos ritos fúnebres, por exemplo, o que dificulta que o sujeito enlutado possa avançar na necessária elaboração a que é convocado quando submetido a uma perda significativa. A ausência deste importante trabalho de elaboração pode confinar alguém em um estado depressivo que deve ser diferenciado da Depressão, que requer tratamento específico.
Depressão é uma situação de adoecimento. Temos uma tristeza que não melhora, um vazio que persiste. Sentimos falta de vontade de fazer coisas que antes nos davam prazer. Há uma alteração no sono: dorme-se pouco ou muito. O apetite se modifica: podemos ter falta de apetite e emagrecer, bem como aumento do apetite. Ficamos mais lentos, com sensação de cansaço sem razão, nos falta energia, podemos ficar agitados, inquietos. Podemos ainda ter a sensação de inutilidade e culpa e pode-se pensar, com frequência, na morte. A dificuldade de concentração pode levar a um certo esquecimento e lentificação do pensamento. Isto ocorre por pelo menos duas semanas, todos os dias, e causa um comprometimento na interação social e nas atividades de trabalho. A depressão tem uma alta prevalência entre idosos, e deve ser diagnosticada e abordada, de forma correta, pelo médico. Seu tratamento envolve terapia e/ou o uso de medicamentos. É importante a aderência ao tratamento já que este é longo a fim de se obter cura e melhora da qualidade de vida.
Sociedade Brasileira de Geriatria – Acesso em 13/11/2023: https://sbgg.org.br/diferencas-entre-tristeza-e-depressao/
5- Qual a taxa de depressão e suicídio no idoso
Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2018, apontam para a alta taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos. Nessa faixa etária, foi registrada a taxa média de 8,9 mortes por 100 mil nos últimos seis anos. A taxa média nacional é 5,5 por 100 mil. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam ainda que a população brasileira com 60 anos de idade ou mais cresceu 18,8% entre 2012 a 2017. A mudança no perfil epidemiológico do envelhecimento no Brasil está produzindo demandas que requerem respostas das políticas sociais e implicam em ações de enfrentamento dos problemas sociais e de saúde que afetam essa população.
Site Secretaria de Saúde, governo de RS, 2023. Disponível em: <https://saude.rs.gov.br/taxa-de-suicidio-entre-idosos-cresce-e-prevencao-e-o-melhor-caminho> . Acesso em 12/11/2023.
6- Qual a taxa de adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico dos pacientes de diabetes mellitus tipo 2 e hipertensão.
Diabetes tipo 2; Adesão ao tratamento farmacológico:
Estudo transversal que teve como objetivo analisar a adesão ao tratamento medicamentoso e não medicamentoso em 17 unidades da Estratégia Saúde da Família (ESF). Participaram 423 pacientes com diabetes mellitus tipo 2 selecionados por meio de amostragem aleatória estratificada, nas unidades da ESF de um município do interior de Minas Gerais, em 2010. Os resultados mostraram que a adesão ao tratamento medicamentoso foi superior a 60% nas 17 unidades investigadas; em relação à atividade física foi superior a 60% em 58,8% das unidades; entretanto, para o plano alimentar, foi nula em 52,9% das unidades.
Hipertensão; Adesão ao tratamento farmacológico: A adesão ao tratamento farmacológico foi analisada em 356 hipertensos, uma vez que 29 (7,5%) foram excluídos por não terem recebido prescrição médica de medicamentos para o controle da pressão arterial. Destes, 32 (9,0%) foram considerados não aderentes e 114 (32,0%) parcialmente aderentes.
7- Existem recomendações efetivas para melhorar a adesão dos pacientes de DM2 e HAS? Quais?
Uma metanálise envolvendo 106 estudos de correlação e 21 experimentais mostrou um risco 19% maior de não adesão ao tratamento para diversas doenças nas pessoas cujos médicos comunicavam-se mal, comparativamente ao grupo cujos médicos comunicavam-se bem.
O estudo transversal Diabetes Attitudes, Wishes and Needs (DAWN) que incluiu 5.104 pessoas de 13 países (metade dos participantes usava insulina; quase um terço tinha DM1 e mais de um quarto DM2 em insulinoterapia) mostrou uma associação entre colaboração e disponibilidade de atendimento da equipe de saúde e resultados positivos autorrelatados como bem-estar, autogestão e controle do diabetes. O acesso aos profissionais de saúde foi avaliado como bom pelos participantes (média 3,31 ± 0,66 numa escala de 1 a 4) e a relação com esses profissionais recebeu uma avaliação ainda melhor (média 3,42 ± 0,54 numa escala de 1 a 4). A maioria dos participantes relatou níveis moderadamente baixos de DD e níveis moderados de bem-estar geral (média 54,7 ± 23,0% numa escala de 1 a 100). A adesão às recomendações médicas foi alta (média 3,48 ± 0,83 numa escala de 1 a 4). A adesão às recomendações quanto ao estilo de vida também foi boa (média 3,06 ± 0,77 numa escala de 1 a 4). A percepção do controle do diabetes foi boa (média 3,34 ± 0,72 numa escala de 1 a 4), embora mais da metade dos participantes (52,9%) tenha relatado sintomas de hiperglicemia.
A presença de comorbidades psiquiátricas, tais como depressão, ansiedade e desordens alimentares, tem sido associada consistentemente à não adesão ao tratamento medicamentoso, ao controle glicêmico inadequado e ao desenvolvimento de complicações relacionadas ao DM
Acesso em 13/11/23 – https://diretriz.diabetes.org.br/aspectos-psicossociais-do-diabetes-tipo-1-e-tipo-2/
8- Falar sobre cigarro eletrônico e seus malefícios (Utilizar fontes confiáveis como SBPT, OMS, OPAS)
Estudos observaram que inalar propilenoglicol afeta as vias respiratórias. Pequena exposição em ambiente fechado (309 mg/m3 por minuto) causa irritação nos olhos, garganta e vias aéreas. Exposição prolongada, em ambiente fechado, pode aumentar o risco de desenvolvimento de asma. O propilenoglicol é usado em teatro para a produção de nevoeiros e como umectante nos e-liquid dos DEF. Essa substância, por ser irritante do trato respiratório, desencadeia tosse e obstrução das vias respiratórias em não asmáticos, e, quando da sua inalação de forma repetida em ambientes industriais, pode afetar o baço e o SNC, desencadeando alterações no comportamento.
A ampla variedade de aditivos e as inúmeras e atrativas opções de sabores (morango, chocolate, licor), somadas à venda, principalmente pela internet, favorecem a experimentação pelos adolescentes e adultos jovens. Os aromas inseridos na composição dos cartuchos dos DEF foram estudados e os resultados evidenciaram que, além da baunilha e do mentol, substâncias alergênicas, como aldeído cinâmico, cumarina, eugenol, linalol, álcool benzílico e álcool anis foram encontradas. Em quatro das 28 amostras, foram detectadas a acetamida, um composto que é considerado como possível carcinógeno humano pela Iarc. Não se sabe se esses compostos constituem um contaminante.
Alguns aditivos aromatizantes do tabaco contêm a pirazina, cuja propriedade é a redução das desagradáveis sensações produzidas pelo tabaco nas vias aéreas superiores. A pirazina age junto com a nicotina, produzindo uma fumaça “mais suave”, facilitando não só a tragada, mas também a sua absorção pelo trato respiratório e o posterior impacto cerebral.
O diacetil e o acetil propionil foram encontrados nos cigarros eletrônicos em concentrações mais elevadas, 495 e 22 vezes respectivamente, do que os limites seguros estabelecidos para a exposição ocupacional. Após a inalação do diacetil, ocorre não somente uma queda na função respiratória, mas também a irreversível bronquiolite obliterante. Muitas vezes, o diacetil é substituído pelo acetil propionil, que também agride o epitélio respiratório.
Recentemente foi descrito o primeiro caso de bronquiolite obliterante, popularmente conhecida como “pulmão de pipoca”, em usuário de cigarro eletrônico.
Os eventos adversos mais comumente relatados foram irritação na boca e na garganta, independentemente da marca de cigarro eletrônico usada, podendo inferir ser um problema do produto. Esses efeitos adversos comuns são causados pelo propilenoglicol e pela nicotina, que tem um sabor (quente ou picante) característico. Apesar do ECR de Caponnetto et al. ter medido os eventos adversos, na linha de base e durante toda a duração do estudo, revelou-se uma redução ao longo do tempo de sintomas de doenças respiratórias como a tosse e a falta de ar. Esse desfecho secundário pode ser decorrente das mudanças do tabagismo no fumante209 (Quadro 8).
Há a preocupação de o uso duplo expor os fumantes a maiores riscos à saúde, entre eles um nível de nicotina mais elevado. Segundo Russel224, os fumantes mantêm estáveis seus níveis de nicotina no sangue. Mesmo que recebam nicotina de outra fonte, no caso dos cigarros eletrônicos, talvez possam reduzir o consumo de nicotina por meio do cigarro regular, com redução da inalação e absorção da fumaça e das toxinas. O estudo de McRobbie et al. foi o único, até o momento, que demonstrou bioquimicamente uma redução significativa de cotinina, de CO no ar exalado, e da dosagem urinária de 3-HMPA209.
INCA - https://www.inca.gov.br/bvscontrolecancer/publicacoes/edicao/cigarros_eletronicos.pdf
A exposição ao cigarro eletrônico produziu uma série de estresse e reações inflamatórias no sistema pulmonar, incluindo falta de ar, tosse, chiado no peito, irritação brônquica e pulmonar e função pulmonar prejudicada. No sistema oral e gastrointestinal, inflamação gengival, dor de garganta, náuseas, vômitos e diarreia foram relatados.
Aumento da taquicardia e da pressão arterial foram reações relatadas no sistema cardiovascular. No sistema neurológico foram observadas cefaleias, irritabilidade, ansiedade, dependência e insônia. Outros efeitos incluem irritação ocular, dermatite de contato, insuficiência renal aguda, toxicidade e carcinogenicidade potencial.
20. Seiler-Ramadas, R., Sandner, I., Haider, S. et al. Efeitos na saúde do uso de cigarro eletrônico (e-cigarette) em sistemas de órgãos e suas implicações para a saúde pública. Wien Klin Wochenschr 133 , 1020–1027 (2021). https://doi.org/10.1007/s00508-020-01711-z.
Os cigarros eletrônicos causam lesões pulmonares?
Recentemente, vapes foram associados a um surto de lesões pulmonares nos Estados Unidos. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) descreve isso como lesão pulmonar associada a cigarros eletrônicos ou vaping (EVALI), o que levou o CDC a iniciar uma investigação de emergência em 17 de setembro de 2019.
O CDC indicou: "A partir de 18 de fevereiro de 2020, houve um total de 2.807 casos de EVALI relatados em todos os 50 estados, no Distrito de Columbia, em Porto Rico e nas Ilhas Virgens, incluindo 60 mortes confirmadas em 27 estados e no Distrito de Columbia".
Embora não se tenha uma conclusão definitiva, acredita-se que o acetato de vitamina E (VEA), um aditivo comum no cigarro eletrônico que contém cannabis (ou THC), tenha desempenhado um papel significativo nesses casos de lesão pulmonar.
Mais informações sobre este incidente, incluindo uma forte ligação do surto de EVALI ao acetato de vitamina E no último relatório, estão disponíveis em: https://www.cdc.gov/tobacco/basic_information/e-cigarettes/severe-lung-disease.html. O link é atualizado semanalmente.
OPAS – https://www.paho.org/pt/noticias/5-5-2023-perguntas-e-respostas-vape-e-outros-cigarros-eletronicos
Dados laboratoriais mostram que o acetato de vitamina E, um aditivo em alguns produtos de cigarros eletrônicos ou vaping contendo THC, está fortemente ligado ao surto de EVALI.
Um estudo recente analisou amostras de 51 casos de EVALI de 16 estados e um grupo de comparação de amostras de 99 indivíduos de comparação sem EVALI para acetato de vitamina E, óleos vegetais, óleo de triglicerídeos de cadeia média (MCT), óleo de coco, destilados de petróleo e terpenos diluentes.
O acetato de vitamina E foi identificado em amostras de líquido de lavagem broncoalveolar (LBA) (amostras de líquido coletadas dos pulmões) de 48 dos 51 pacientes EVALI, mas não no líquido de LBA do grupo de comparação saudável.
Nenhum outro tóxico foi encontrado no fluido BAL de ambos os grupos, exceto óleo de coco e limoneno (1 paciente EVALI cada).
https://www.cdc.gov/tobacco/basic_information/e-cigarettes/severe-lung-disease.html#what-we-know
Reflexão: Hoje o dia foi bem produtivo, tivemos questões aplicativas com tópicos importantes e uma aula sobre RCP e engasgos. Já havia feito algumas aulas do tipo porém com o tempo vão mudando as formas de abordagem e também as informações que retemos. Acho de extrema importância que todos saibam RCP para situações onde não há ajuda imediata. Esse semestre foi muito abençoado e só tenho que agradecer aos conhecimentos compartilhados por nossa tutora Magda. Sensação de imensa gratidão.
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